Repertorium

"Blogue de notas" da unidade curricular de Análise de Fonogramas e Eventos da Licenciatura em Música variante Produção e Tecnologias da Música, da Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo, do Instituto Politécnico do Porto. Um Moleskine virtual cujo tema é "O mundo da música e as músicas do mundo". Orientação do Professor Mário Azevedo

quarta-feira, janeiro 2

Órgãos do Barroco na Cidade Invicta - II

O órgão

O órgão é, indiscutivelmente, o instrumento da música sacra, tendo lugar de destaque na liturgia cristã. A Igreja Católica reafirmou no Concílio Vaticano II a excelência do órgão na tradição musical e nos actos de culto divino: «Tenha-se em grande apreço na Igreja latina o órgão de tubos, instrumento musical tradicional e cujo som é capaz de dar às cerimónias do culto um esplendor extraordinário e elevar poderosamente o espírito para Deus.» (Constituição Apostólica Sacrosanctum Concilium artigo nº 120).

O órgão é o um instrumento musical classificado pela organologia como aerofone munido de teclado. O som é produzido pela passagem de ar através de tubos sendo este fornecido por um fole e reencaminhado para o respectivo tubo do registo e da nota que se quer fazer soar.

O órgão foi o primeiro instrumento de teclas. Fruto do seu constante aperfeiçoamento técnico ao longo dos séculos, tornou-se no mais complexo instrumento musical. As suas dimensões são muito variáveis, indo desde um pequeno órgão de móvel até órgãos enormes quase do tamanho de habitações. O órgão tem, habitualmente, dois teclados (ou manuais), podendo o seu número chegar a sete. Cada teclado é definido por um nome: grande órgão, positivo, recitativo, ecos, bombarda. A extensão de cada teclado costuma ser de aproximadamente cinco oitavas, variando entre 54 e 61 teclas, sendo munido de uma pedaleira.

Junto ao músico encontra-se a consola, local onde estão os teclados e os registos. A consola está muitas vezes separada do resto do instrumento. Quando um músico puxa um registo, acciona um conjunto de tubos com o mesmo timbre, dispostos numa ou mais filas, e correspondendo a todas as notas de um dos teclados. Por norma, cada teclado controla 5 a 6 registos separados e a pedaleira comanda 2 a 5.

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