O Jazz e a rádio portuguesa -III
Na América, o Jazz impôs-se como a música da moda na década de 1920. Uma série de factores contribuiu para este sucesso. Os novos media (discos e rádio) foram um pilar fundamental. A gravação sonora democratizou a música, tornando-a mais acessível. Libertou, também, as pessoas da obrigatoriedade de ir a um night club para escutar uma Jazz Band, permitindo a escuta em casa, e as vezes que se quisesse, da música da sua preferência[1]. A imprensa reportava o que se passava nas festas da alta sociedade, onde o Jazz, como música da moda, imperava (assim como os excessos de álcool, drogas e sexo), e fazia eco das novas maravilhas de consumo – as telefonias e os gramofones[2]. A rádio foi mais um passo na popularização do Jazz. Era normal que as bandas actuassem ao vivo durante as emissões, sendo estas registadas em disco e emitidas outras vez, noutro horário. Os locais mais remotos, onde os músicos mais famosos não iam, dispunham agora, com a rádio, de um utensílio que lhes dava a possibilidade de estar a par das novidades musicais que se escutavam em New Orleans, Chicago ou New York e contribuindo, dessa forma, para que se formassem bandas locais, que imitavam as das grandes cidades, criando, muitas vezes, novos estilos.
Na Europa, o impacto do Jazz também se fez sentir, associado às mutações socioculturais do pós-guerra, tal como do outro lado do Atlântico. Mesmo com as particularidades político-sociais do velho continente, foram aparecendo bandas e clubes de Jazz, estando a rádio, mais uma vez, na primeira linha da divulgação musical, transmitindo programas que falavam do que se fazia na América.
Definitivamente, o Jazz marcou as primeiras décadas do século XX. No entanto, não deixou de causar controvérsia e gerar polémica entre intelectuais. Este género musical foi considerado como decadente, obsceno, etc. Estas classificações são algo a que a música nova nunca foi alheia. As décadas seguintes veriam surgir novos estilos musicais aos quais se iriam aplicar exactamente os mesmos adjectivos.
[1] A 26 de Fevereiro de 1917, a Original Dixieland Jass Band - uma banda de brancos liderada pelo trompetista Nick LaRocca – efectuou a primeira gravação de música jazz.
[2] Telefonia era um termo usado para definir os receptores radiofónicos (chamados mais tarde apenas de rádios). Os gramofones foram os percursores dos gira-discos eléctricos, que apareceriam na década de 1930.
Na Europa, o impacto do Jazz também se fez sentir, associado às mutações socioculturais do pós-guerra, tal como do outro lado do Atlântico. Mesmo com as particularidades político-sociais do velho continente, foram aparecendo bandas e clubes de Jazz, estando a rádio, mais uma vez, na primeira linha da divulgação musical, transmitindo programas que falavam do que se fazia na América.
Definitivamente, o Jazz marcou as primeiras décadas do século XX. No entanto, não deixou de causar controvérsia e gerar polémica entre intelectuais. Este género musical foi considerado como decadente, obsceno, etc. Estas classificações são algo a que a música nova nunca foi alheia. As décadas seguintes veriam surgir novos estilos musicais aos quais se iriam aplicar exactamente os mesmos adjectivos.
[1] A 26 de Fevereiro de 1917, a Original Dixieland Jass Band - uma banda de brancos liderada pelo trompetista Nick LaRocca – efectuou a primeira gravação de música jazz.
[2] Telefonia era um termo usado para definir os receptores radiofónicos (chamados mais tarde apenas de rádios). Os gramofones foram os percursores dos gira-discos eléctricos, que apareceriam na década de 1930.
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